Monday, March 26, 2007

ENERGIA ELÉTRICA NÃO É UMA QUESTÃO DE 110 OU 220 VOLTS...

ENERGIA E ÁGUA SÃO RIQUEZAS DA HUMANIDADE

A questão da falta de energia é o que mais se discute em todo o Brasil. Há o pavor da falta de energia e o aumento do preço, o que já está ocorrendo. O Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, há muitos anos, vem alertando a sociedade da forma irresponsável que o governo vem conduzindo o Setor elétrico, deixando de pesquisar, planejar e investir na produção de energia. Além disto, entregou a iniciativa privada este setor vital para o desenvolvimento do país. A crise tem responsáveis:
a) O modelo atual de produção de energia baseado somente na produção hidrelétrica e no modelo exportador de energia;

b) O governo federal deve ser responsabilizado por aplicar este modelo e pela política de entreguismo dos bens públicos e estratégicos para o desenvolvimento do Brasil;

c) As grandes empresas que objetivam somente alcançar altos lucros com a construção de grandes barragens e após a conclusão das mesmas novamente se beneficiam, consumindo grande parte desta energia com preços subsidiados pelo mesmo governo federal.


1. REALIDADE DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Nós temos um potencial energético bastante rico em rios, sol, vento, biomassa, etc... Apesar deste potencial o governo opta por produzir energia através de grandes barragens, sendo que as mesmas destroem o meio ambiente e expulsam grandes contigentes de populações, contribuindo com o êxodo rural.
No Brasil 92% da energia vem de fonte hídrica. Temos um potencial hidrelétrico instalado de 61.000 MW. A crise de energia hoje é pela falta de investimento que faz o sistema tornar-se vulnerável e inseguro.
1.2. COMO É CONSUMIDA A ENERGIA
A indústria no Brasil consome 48,4% da energia, o setor residencial é responsável por apenas 25,3% do consumo e o restante é distribuído entre comércio e serviços (13,5%), meio rural (3,8%), serviços públicos (8,7%). Para provar que o alto consumo de energia não significa desenvolvimento, veja um exemplo:


1.000 MWh consumidos na indústria de alimentos e bebidas geram 70,2 empregos diretos e 1.000 MWh consumidos na indústria de alumínio geram 2,7 empregos.


Estas empresas eletrointensiva (gastam muita energia, geram poucos empregos, poluem muito e tem subsídio no preço da energia) estão proibidas por ex. de se instalarem no Japão, entre outros países. Tudo que produzem vão para estes países, podemos dizer que são empresas exportadoras de energia em forma de produtos.
Por incrível que pareça, toda a propaganda faz referência ao consumidor residencial, dizendo que este é responsável pela falta de energia, portanto, deve economizar e pagar contas mais altas. Temos mais de 20 milhões de brasileiros sem energia. Somente 33% da população do meio rural tem energia elétrica em casa.

2. TARIFAS

As tarifas no Brasil, são diferenciadas entre os consumidores residenciais e indústria. Para as grandes indústrias tem subsídios por parte do governo Federal. Dados de 2001 mostram que o setor residencial está pagando R$ 171,00 o MWh e o setor industrial R$ 74 o MWh. No caso da companhia japonesa ALBRÁS, instalada no Pará, e que consome energia produzida pela UHE Tucuruí, paga só R$ 20,00 por MWh.

A partir de 2003, a energia no Brasil terá seu preço definido pela lei de oferta e procura, onde as empresas podem cobrar o que elas quiserem. (Folha SP)
Será que vamos ter condições de pagar essas tarifas no final do mês?

3. PROPOSTAS

Apresentamos algumas alternativas de produção de energia que se aplicadas dentro do atual modelo poderia acabar com a crise em curto espaço de tempo e com baixo custo.

3.1.REDUÇÃO DAS PERDAS NO SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO

O sistema elétrico brasileiro apresenta perdas técnicas da ordem de 15%. Se o Brasil adotar um índice de perdas de 6%, considerado como padrão internacional, poderíamos ter mais 6.500 MW de potência disponível na rede.

3.2.REPOTENCIAÇÃO DE USINAS COM MAIS DE 20 ANOS

Estima-se que o setor elétrico brasileiro pode alcançar um acréscimo de potência de até 7.600 MW, resultantes da reabilitação, repotenciação ou modernização nas usinas hidrelétricas com mais de 20 anos.

3.3.PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS

A resolução n.º 394 da Aneel define como PCH–Pequena central hidrelétrica, as centrais com potência instalada total de até 30.000 KW (ou 30 MW) e área máxima de reservatório de 3 km2.
Conforme dados da ELETROBRÁS (2000), existe no Brasil um potencial de 9.800 MW que podem ser obtidos com a construção de 942 PCHs. Os impactos sociais e ambientais são pequenos.

3.4. ENERGIA EÓLICA

A energia eólica já se mostrou competitiva como pôr exemplo no estado do Ceará. Somente no nordeste brasileiro temos um potencial de 30.000 MW. Ainda há potencial no Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Portanto, podemos aumentar em 26.900 MW o potencial instalado, ou seja, aumentar 40% a capacidade instalada sem construir nenhuma grande barragem. Sem citar o enorme potencial que temos na área de energia solar (sol), eólica (vento), viáveis em todo o país.

Apesar dessas alternativas à crise salientamos que uma política séria de produção de energia passa por termos um governo popular, não submisso ao FMI e as grandes empresas multinacionais, e que execute uma política onde a água e a energia estejam sob controle e a serviço do povo brasileiro.

4. UMA POLÍTICA ENERGÉTICA PARA UM PROJETO POPULAR PARA O BRASIL

Seria possível planejar o nosso desenvolvimento energético de maneira diferente? Seria possível produzir e distribuir de maneira diferente a eletricidade que hoje é tão abundante e barata para uns e tão escassa e cara para outros? Sim, é possível.

Precisamos construir um novo modelo energético para o Brasil, com as seguintes considerações:

A) Que contemple a participação da população no seu planejamento, decisão e execução;

B) Deve haver o consentimento prévio das populações, decidido coletivamente, que priorize as questões sociais e ambientais, antes da implantação da barragem, considerando sempre a bacia hidrográfica;

C) Que corrija as distorções existentes no setor elétrico, acabando com o desperdício na transmissão, distribuição e consumo de energia, bem como o fim dos subsídios aos grandes consumidores;

D) Que contemple um programa sério de conservação de energia;

E) Que privilegie a pesquisa, o desenvolvimento e a implementação de fontes alternativas energéticas, como por exemplo: energia solar, eólica, pequenas barragens em locais adequados com critérios estabelecidos, etc...

F) Que as empresas de outros países que queiram construir barragens no Brasil devem respeitar a legislação brasileira e do seu país de origem;

G) Que 20% do capital internacional destinado para a construção de barragens seja destinado para investir em fontes alternativas de energia e pesquisa;

H) Que o controle do setor elétrico seja estatal, sob controle social, e que sejam retomadas as empresas que foram privadas, cobrando indenização das multinacionais pelos prejuízos e transtornos causados;

I) Que a água e a produção de energia que são bens estratégicos ao Estado, devam estar sob controle e a serviço do povo brasileiro

Ibama autoriza início da transposição do São Francisco

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou o início das obras de transposição de águas do São Francisco. A informação sobre a emissão da licença de instalação para a obra foi divulgada hoje, 23, pela assessoria de comunicação do instituto.

Na semana passada, ao mesmo tempo em que o governo lançava o edital de R$ 3,3 bilhões para a licitação das obras - ainda sem contar com a licença do Ibama - centenas de integrantes de movimentos sociais foram a Brasília protestar contra o projeto, dialogar com representantes dos três Poderes e propor alternativas à obra e para o desenvolvimento do Semi-Árido.

Somando-se às vozes dos movimentos, diversos especialistas vêm apontando outras propostas para democratizar o acesso à água na região, muitas delas baseadas no "Atlas Nordeste" produzido pela Agência Nacional de Águas, e que apresenta investimentos que deveriam ser priorizados nesse sentido.

Por fim, a Procuradoria da República no Distrito Federal recomendou nesta quinta, dia 22, ao Ibama que não concedesse o licenciamento antes de o detalhamento do projeto ser realizado e sem novas audiências públicas sobre os estudos complementares exigidos após a emissão da licença prévia ao projeto.

O governo Lula, contudo, optou por não considerar todas essas questões e colocará o Exército para realizar as obras iniciais, enquanto as empreiteiras que lucrarão centenas de milhões de reais com o projeto ainda não tiverem sido selecionadas. Contando agora com o aval do Ibama, o governo federal pretende fazer sua grande obra para a região Nordeste, alegando motivos humanitários e de combate à seca. Lula sabe não se tratar disso. Os grandes empreendimentos industriais, de fruticultura, criação de camarão e as siderúrgicas projetados ou instalados na região também.

Wednesday, March 07, 2007

08 de março, dia internacional da mulher e as mulheres vão às ruas......


Mulheres Camponesas na Luta por Soberania Alimentar, contra o Agronegócio
06/03/2007

Por Elaine Tavares

Todo o ano é assim. Chega o 8 de Março e se multiplicam as manifestações pelo Dia Internacional da Mulher. No campo dos movimentos sociais sempre são atos de luta ou protesto. É que não há coisas a comemorar. O que se faz, então, é refletir sobre a realidade feminina, sempre tão relegada num mundo dominado pela lógica patriarcal (espaço do macho provedor). Um segmento que não foge a esse compromisso é o das mulheres camponesas. Elas sempre fizeram suas lutas específicas, como agricultoras e como mulheres, mas nunca deixaram que o particularismo do gênero ou da categoria apagasse a luta maior, que é a da classe trabalhadora e da comunidade das vítimas do sistema-mundo consubstanciado no modo de produção capitalista. Por isso, todo 8 de Março elas botam a cara na rua, a dizer ao mundo: existimos, estamos em luta e queremos nosso espaço de liberdade.

Em Santa Catarina mais de 500 mulheres camponesas entrarão na capital com suas mochilas, sacos de dormir e sementes. Elas virão para um encontro único, com mulheres trabalhadoras de vários bairros da periferia de Florianópolis. Vão fazer debates, conversas e atos públicos. Chegam no dia sete e parte no dia nove. Elas ainda nem sabem, mas também levarão sementes. Sementes das lutas cotidianas das mulheres da cidade que não plantam a comida de todos, mas que, com suas mãos, guerreiras e ágeis, abrem caminhos para esse novo amanhã tão sonhado. As mulheres do campo entrarão na cidade... E as mulheres urbanas estarão esperando, braços abertos. Depois, talvez, nada mais seja como antes!

trabalhadoras rurais realizam ato e ocupam Seagri

Em Alagoas, trabalhadoras rurais realizam ato e ocupam Seagri
07/03/2007

Mais de 2.000 mulheres da Via Campesina (MST, CPT, MMC, MPA, PJR e FEAB), junto com os movimentos sociais do campo, MLST e MTL, realizaram pela manhã de hoje, dia 7, um ato contra o agronegócio e a transposição do Rio São Francisco. O ato faz parte das mobilizações da semana da mulher, que esse ano tem o lema Mulheres Camponesas na Luta pela Soberania Alimentar e Contra o Agronegócio.

Depois do ato, as mulheres ocuparam a Secretaria de Agricultura de Alagoas (Seagri) para denunciar a criminalização no campo e exigir uma posição política do Estado em relação às antigas reivindicações da agricultura familiar. As famílias Sem Terra lembraram que a ocupação também é um ato solidário à luta das servidoras da educação.