Wednesday, April 04, 2007

Racismo na UnB vai ser discutido no Congresso

O atentado a estudantes africanos da Universidade de Brasília (UnB),
ocorrido na madrugada desta quarta-feira, entrou na pauta do Congresso
Nacional. Em reunião a portas fechadas, realizada nesta quinta-feira na
reitoria da universidade, a deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), que compõe
Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, disse que o episódio será
discutido em audiência pública na próxima terça-feira, no Senado.
Emocionada, a parlamentar lembrou outros casos de racismo que marcam a
história de Brasília e exigiu uma investigação severa da Polícia Federal.

"Não podemos deixar que um fato desta proporção passe despercebido pelo
Poder Legislativo. Está mais do que claro que o episódio mostra a existência
de racismo nas universidades. Temos por obrigação e dever combater esse tipo
de discriminação", esbravejou a parlamentar em meio a lágrimas.

Em nota oficial, a reitoria da UnB anunciou que o dia 28 de março (data do
incidente) será dedicado à luta pela igualdade racial na universidade. Além
disso, a UnB pretende implantar um disque-denúncia contra qualquer forma de
preconceito e tornar obrigatória uma disciplina sobre história da África. O
objetivo será conscientizar os estudantes e evitar que novos casos de
racismo voltem a acontecer no campus.

A reunião também contou com a presença do senador Paulo Paim (PT-RS), que
disse ter recebido há uma semana denúncia de um advogado. Segundo o
parlamentar, um embaixador africano, que preferiu não dar o nome, foi vítima
de racismo. O diplomata teria ido a uma festa em um hotel de luxo de
Brasília. Na saída do evento, teria sido convidado a sair pela porta dos
fundos. A razão teria sido a presença minoritária de um negro em meio a
brancos. "O racismo está presente por todo o País. Entre universitários e
até mesmo entre diplomatas", diz. "Não podemos mais julgar essas ações como
casos isolados", conclui.

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