Saturday, June 30, 2007

Juiz emite reintegração de área ocupada e aumenta número de militares na área

Juiz emite reintegração de área ocupada e aumenta número de militares na área
29/06/2007

O juiz da 20ª Vara Federal, Georgios Augustini Príncipe Tedidio, concedeu no final da manhã de hoje, dia 29, a ordem de reintegração de posse da área ocupada por mais de 2000 trabalhadores, em Cabrobó (PE). Nas imediações do acampamento aumentou a presença de policiais militares, do Batalhão de Choque, e de soldados do Exército. Os acampados esperam a notificação oficial para tomar qualquer decisão.

Segundo os coordenadores do acampamento atos de violência só acontecerão se partir dos soldados e militares, os manifestantes têm a orientação de manter a ação pacífica. Todavia, a movimentação tem assustado a população do entorno e os acampados. A área ocupada é o local de tomada de água do canal norte do projeto de transposição, do governo federal.

Os manifestantes e o povo indígena Truká, que faz a retomada do território, não pretendem sair do local. Pela manhã foi dado início a construção de casas de barros, mais pessoas continuam a chegar ao acampamento e uma celebração comemorativa ao dia de São Pedro, considerado o protetor dos pescadores, marcou o início das atividades e a assembléia geral que debate a continuidade da ocupação.

Truká

Uma ação foi impetrada ontem, dia 28, no Ministério Público Federal, escritório de Serra Talhada (PE), para que o direito dos povos indígenas seja garantido. O documento pede que seja agilizada a demarcação do território dos índios Truká, a suspensão imediata das obras da transposição e a retirada do Exército.

O líder da tribo, Francisco Truká, explicou que os índios não abandonarão mais a área onde estão sendo iniciadas as obras da transposição, por considerar que são terras da aldeia. "Daqui não sairemos e, se o governo quiser continuar a transposição, terá que buscar outro lugar para trabalhar", declarou Francisco.

O processo de demarcação do território pela Funai começou há mais de dez anos. A área hoje ocupada em Cabrobó (PE), fazenda Toco Preto, por mais de 1500 manifestantes desde a madrugada do dia 26, só seria integrada ao território quando fosse concluída a primeira etapa do processo. Há dois anos foi feito o pedido de revisão dos limites da área, processo que também não teve continuidade.

Segundo o estudo de impacto ambiental, na área de construção dos canais norte e leste do projeto de transposição, seriam atingidos diretamente os povos Tuxá, Truká, Pipipã, Tumbalalá, Kambiwá, a aldeia de Caraíba, além de 34 territórios indígenas e outras 153 comunidades. Nenhum desses povos e comunidades foram ouvidos pelo governo sobre o projeto de transposição.

Transposição

O projeto de transposição do governo federal está orçado em R$ 6,6 bilhões no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Pretende construir dois canais, norte e leste, para verter águas do São Francisco, a partir dos municípios pernambucanos de Petrolândia e Cabrobó, em direção ao que está sendo chamado de Nordeste Setentrional. As águas previstas para verter nos dois canais servirão em 70% para irrigação e atividades como a criação de camarão, 26% para uso industrial e apenas 4% para o povo que vive em zonas rurais e urbanas.

2 comments:

Unknown said...

tertuliano, o que escrevi é o que eu vi, realmente estou nesta cidade, tucuruí, e se minha maneira de ver as coisas não lhe agrada, o que eu posso fazer?

é a pura realidade hehe tah negando pq?

quando falei do "fantasma do nordeste" é apenas por causa do clima, e da cultura daqui que, REALMENTE, é parecida!

vc é paraense?

se te ofendi, bem, vc se ofende muito fácil... "visse?!"

Gabriela Domiciano said...

Olá Tertuliano,

Tudo bem? Acabei de ver seu comentário no blog Subestação, q bom que leu e participou comentando. Queria dizer que estamos abertos a colaboração, se tiver interesse em escrever algo para o blog, sobre qquer assunto, ou mesmo mostrando uma outra visão sobre a questão do texto que comentou (sobre o a Região Norte) será muito bem vindo. Se tiver interesse, é só me enviar o texto.

Abraços

Gabriela Domiciano